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#D18 – Mas por que devemos ser sacrifícios vivos?
Descubra o que significa viver como sacrifício vivo e cuidar do que Cristo lhe confiou.
Um dos meus versículos favoritos é Romanos 12. Com certeza, os versículos 1 e 2 foram os que mais li, mas a Palavra é viva e se renova a cada vez que a lemos.
Em dezembro, assisti a uma pregação da minha pastora favorita (Stephanie Ike), intitulada “Living Sacrifice” (Sacrifício Vivo), e UAU, eu não poderia deixar que a palavra ministrada “acabasse” em mim!
Vamos ler esses versículos:
“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Para mim, a descrição “sacrifício vivo” sempre foi muito clara: é morrermos para nós mesmos, “matar” nossa carne todos os dias e viver em Cristo. É ter a mente renovada, ser transformado para então experimentar qual é a boa, perfeita e agradável vontade dEle.
Mas sabe algo que eu deixava passar despercebido? “Este é o culto racional de vocês.”
Culto racional? O que seria?
No original, é “logikē latreía” (λογικὴ λατρεία), que podemos traduzir como “culto racional” ou “serviço racional”:
“Racional” no sentido de “consciente” ou “lógico”
A palavra grega logikē (λογική) pode significar algo que envolve a razão ou o entendimento, indo além de ações meramente rituais ou automáticas.
Assim, um “culto racional” flui da compreensão consciente do que Deus fez por nós (especialmente em Romanos 1–11) e nos leva a oferecer nosso ser de maneira intencional, guiados pelo entendimento do Evangelho.
“Espiritual” ou “verdadeiro ao espírito”
Alguns estudiosos e traduções optam por entender logikē como “espiritual” ou “apropriado ao espírito”. Nesse caso, “culto racional” (ou “espiritual”) enfatiza o oferecimento de si mesmo a Deus de modo profundo, interior, e não apenas por formalidades externas.
Isso se conecta à ideia de que Deus deseja uma adoração que venha de um coração e de uma mente transformados (cf. Romanos 12:2).
Calma, vou simplificar.
A pastora deu o seguinte exemplo:
Imagine que você está morando na rua, sem abrigo algum. Então, um homem passa por você e diz:
“Eu tenho uma mansão. Tome aqui as chaves e pode morar lá.”
Você, que antes não tinha onde morar, agora pode viver na mansão desse homem. Ele lhe deu as chaves.
Você faria festas descontroladas? Deixaria as pessoas bagunçarem, ficarem bêbadas ou drogadas na casa? Deixaria tudo sujo?
Muito provavelmente não, pois o seu culto racional seria mantê-la limpa e organizada. Imagine o dono chegar e encontrar tudo bagunçado!
Sermos sacrifícios vivos é cuidarmos da casa do Espírito Santo, é zelar por aquilo que Jesus nos deu.
Ele comprou nossa salvação e, agora, temos paz com Deus, meu irmão! Você tem noção do que isso significa? Antes de Jesus ser crucificado, ninguém podia ir ao céu; não era possível chegar perto do Pai.
Agora, se Jesus voltasse hoje — o Dono da casa — como você O receberia? Como estaria a sua “casa” física e espiritual?
Vamos além do seu relacionamento com Ele: e as coisas que Ele lhe confiou? Como anda sua casa? Seu quarto? Seu casamento? Suas amizades? Seu trabalho?
Você ficaria feliz e orgulhoso de dizer:
“Olha, Jesus, foi assim que cuidei do que o Senhor me entregou!”
Não sei você, mas quando recebi essa palavra, fiquei profundamente impactada e até constrangida. Porque, ao pensarmos no exemplo do mendigo na mansão, a resposta parece óbvia: ele deve cuidar da casa, já que não é dele, e o homem que a cedeu não tinha nenhuma obrigação de fazê-lo.
Mas qual tem sido o nosso comportamento? Como temos cuidado daquilo que Jesus nos entregou?