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#D21 - Os mandamentos mais difíceis na vida de um cristão

A profundeza do amor cristão: perdoar como expressão máxima de amar ao próximo.

Conforme vamos caminhando com Jesus, o Espírito Santo vai nos transformando à medida que somos obedientes, que nos tornamos novas criaturas e damos liberdade e autoridade para que Ele nos transforme, para que não nos comportemos como costumávamos. Agora temos um novo modus operandi.

Sabemos muitos mandamentos de cor, certo?

Sabemos que não devemos mentir, cobiçar, adulterar, dar falso testemunho, entre outros. Mas, claro, não podemos esquecer do mais importante:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu pensamento.”

Mas Jesus trouxe um novo mandamento:

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.”
(João 13:34)

Por que “novo”?

  • Já existia o mandamento de amar o próximo (Levítico 19:18).

  • Entretanto, agora Jesus eleva o padrão: “assim como eu vos amei.” O amor de Cristo é sacrificial (João 15:13).

Este mandamento reassume o princípio de amar ao próximo, mas o intensifica à luz do amor sacrificial de Cristo.

Eu não sei você, mas quando vejo todos os mandamentos, amar me parece o mais simples de todos — quando não é.

Todos os outros mandamentos são mais “superficiais”, de uma forma em que conseguimos vigiar de modo mais óbvio. Consigo perceber com facilidade se eu furtar algo, se mentir, se adulterar, se não honrar meus pais. Mas e o amor? Como saber se verdadeiramente amo?

Eu nunca fui uma pessoa extremamente rancorosa, mas também nunca fui a mais fácil. Quando alguém fazia algo comigo ou com alguém que amo, simplesmente cortava aquela pessoa, muitas vezes falando mal dela.

Mas Cristo não somente nos chama para amar essa pessoa, mas como Ele a ama, assim como Ele te ama!

Eu não sei você, meu irmão, mas olhar para alguém que te feriu e amá-lo, e orar de verdade pelo bem daquela pessoa, perdoá-lo… não é nada fácil.

Jesus tem trabalhado muito esse pensamento em minha vida, porque, se amar é o mandamento, perdoar é uma das expressões desse amor.

  • Sempre que o Novo Testamento fala do amor em ação, o perdão se revela como componente básico da identidade cristã:

    1. Reconheço que fui perdoado por Deus em Cristo.

    2. Ajo perdoando meu irmão, assim como recebi o perdão divino.

  • Assim, perdoar se encaixa dentro do mandamento de amar — é uma de suas expressões mais fundamentais e difíceis, mas absolutamente indispensável para quem segue a Cristo.

Eu tenho me tornado cada vez mais observadora. Observo como as pessoas se comunicam, como agem, como pensam. E, com certeza, perdoar é onde elas mais têm dificuldade.

Elas dizem: “Eu perdoei”, mas as falas seguintes não estão de acordo:

  • “Eu já perdoei, mas eu quero que ela pague e passe pelo que me fez passar.”

  • “Ela tem que pagar, para que outras pessoas não sofram também.”

  • “Já perdoei ela” — mas não conseguem citar o nome da pessoa sem ficarem estressadas.

  • “Eu não preciso perdoar ela; olhe o que ela fez comigo!”

Quem aqui nunca disse algo parecido? Eu sei que eu já!

Muitos dizem: “Você precisa liberar perdão. Perdoar é mais por você do que pelo outro.”

De fato, muitas vezes, as pessoas são machucadas, guardam rancor, enquanto o outro lado nem faz ideia de que existe esse rancor. E senti-lo não faz nada bem. É pesado.

Mas não devemos perdoar somente para nos sentirmos “mais leves”, e sim porque compreendemos e olhamos para o outro como Cristo o vê.

Jesus nos explica isso em uma parábola.

Parafraseando: um servo devia uma imensa quantia ao seu senhor e pediu que ele tivesse paciência. Então o senhor perdoou sua dívida. Mais tarde, esse servo encontrou outro homem que lhe devia uma quantia muito menor. Esse homem também pediu paciência, porém o servo não a teve e o enviou à prisão. Sabendo disso, o senhor ficou irado e disse: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” (Mateus 18:25-34)

Paulo nos diz que a Lei não é o que nos salva, mas é o que aponta os nossos pecados.

Você compreende que não perdoar algum irmão é agir como esse servo que foi perdoado de muito mais, mas que ainda assim se acha no direito de não perdoar uma dívida infinitamente menor?

Quando compreendemos o peso disso, devemos orar cada vez mais para que o Espírito Santo trabalhe em nosso coração.

Comece a orar pela vida daqueles que o feriram — mas uma oração verdadeira, não para alimentar seu ego e seu orgulho, nem para você se sentir “maior”, e sim para realmente deixar que seu coração seja trabalhado, de modo que você passe a enxergar seus irmãos da mesma maneira que Cristo os vê. Da mesma maneira que Cristo te vê!